Os benefícios das tigelas cantantes tibetanas.
- orgonitesshiva
- 15 de mar. de 2016
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Há milênios que os tibetanos experimentavam a musicoterapia de maneira singular, harmônica e com intenção medicinal até que aconteceu a invasão chinesa em 1948. O Ocidente só tomou conhecimento do uso das tigelas há menos de um século quando os tibetanos exilados na Índia tiveram que vender suas tigelas cantantes para sobreviver. Com a invasão chinesa, muitos objetos religiosos ou terapêuticos foram tomados pelos chineses, assim como móveis, jóias, estátuas, ouro e muitas dessas coisas foram parar nos mercados de Hong Kong e Londres. De acordo com uma fonte que não posso revelar, o último mestre tradicional em musicoterapia tibetana morreu em 1900 e seus discípulos, aqueles que escaparam com vida da invasão, se fragmentaram e se espalharam pela Ásia. Pode ser que alguma coisa tenha renascido das cinzas, mas isso é difícil de chegar no Tibete atual. Felizmente, muito coisa se salvou e está fora do Tibete.
Os rituais passaram a perder sua importância com a morte de seus Mestres e isso aconteceu em vários aspectos daquela cultura. Sob a visão espiritual, talvez seja essa a justificativa da invasão daquela país inocente mas fechado ao resto do mundo. Se o Tibete não tivesse sido invadido, correria o risco de muito conhecimento ter se perdido porque o conhecimento era passado pela tradição oral, longe do povo, trancado nos monastérios. Os invasores pensavam que apagariam tudo, mas estavam enganados. A destruição foi devastadora, mas houve tempo de muita coisa escapar pela fronteira gelada – o paredão do Himalaia. Ainda hoje aquele paredão cumpre seu papel protetor, embora os tibetanos exilados na Índia tenham se trancado um pouco, com medo. Ainda hoje eles vivem como se fossem levantar a barraca a qualquer momento e voltar para casa. Depois da fuga do Dalai Lama, a elite tibetana que sobreviveu percebeu que precisa se abrir e o Dalai Lama ordenou que tudo fosse colocado em livros e em inglês, para o mundo apreciar.
Os Mestres e monges que morreram levaram consigo o segredo da fabricação de instrumentos. O que escapou ainda é conservado debaixo de sete chaves. O material empregado nas tigelas originais ninguém sabe definir ao certo, embora em algumas delas seja encontrado sete metais, inclusive ouro – o metal utilizado pelos tibetanos para as coisas do espírito (as civilizações de outros planetas também valorizam o ouro). As tigelas se destacam por sua peculiaridade: são também instrumentos. Esse conhecimento vem das inúmeras tribos Bô, basicamente xamãs, anteriores à chegada do Budismo. O conceito de xamanismo no Oriente é totalmente diferente do praticado no Ocidente, especialmente o da América Latina, porque o sacrifício de animais não é permitido. O Xamã que sacrifica é banido.
Os índios Bô dominavam toda a região do Himalaia antes da chegada do Budismo. Povo bom e manso, se adaptou plenamente á nova religião, assim como o Budismo incorporou muitos aspectos dos rituais xamânicos, daí a diferença do Budismo Tibetano em relação as demais ramificações daquele estilo de vida. Pela praticidade de suas vidas, acostumados também com o estilo meio nômade, os tibetanos usavam as tigelas de várias formas: desde a colheita do leite das cabras e outros animais às cerimônias religiosas e de cura. Eles também sabiam que a batida do leite quente na tigela provocava um efeito curador ao som dos sete metais. O leite é líquido e os líquidos são vulneráveis aos sons – se transformam.
As tigelas variam de tamanho, peso, qualidade, material e função. As mais antigas e de melhor qualidade medem entre 5 e 40cm de diâmetro, pesam em torno de 150g. As mais antigas e bem elaboradas, que não foram derretidas pelos chineses para tirar os metais, estão espalhadas pela Ásia, Europa e EUA. As mais autênticas trazem símbolos budistas gravados em seu interior ou o nome e linhagem do antigo dono em seu exterior. Todas foram feitas manualmente com fogo, martelo e suor. O melhor lugar para tentar comprar uma tigela autêntica são as lojas de Katmandu, Nepal. Hoje a Índia produz tigelas cantantes, mas elas estão mais para sinos, como é o caso das japonesas. Falta qualidade. Eles também copiam os símbolos antigos.
Dependendo da região onde eram manualmente fabricadas, as tigelas contém de sete a doze metais, todos escolhidos pelos seus efeitos terapêuticos. A principal características delas é o som emitido, capaz de alterar o estado de consciência, a energia dos ambientes e de facilitar o processo de aprendizado emocional/espiritual de quem as toca ou escuta. O povo tibetano não conhecia pílulas, apenas chá de ervas, instrumentos de cura e rituais xamânicos-budistas porque o ser humano era visto como corpo-alma-emoção e espírito (isso ainda é conservado nas comunidades exiladas). É uma cultura onde a psicologia está profundamente irraizada no conhecimento popular sem que soubessem da existência de Freud e Jung. As investidas ocidentais naquele pequeno país, sem petróleo, serviram para salvar objetos, pessoas, livros e até tradições. Há muita gente boa que ajuda ao Tibete de várias formas.
Os tratamentos com as tigelas eram feitos de várias maneiras, com ou sem ervas, orações e mantras. Nos dias de hoje, colocamos o cliente em uma maca, espalhamos as tigelas sobre o seu corpo, cada uma direcionada a um chácra ou aos principais pontos de energia que precisam ser trabalhados. Podemos utilizar florais como substitutos das ervas. Os efeitos sonoros e vibracionais das tigelas ressoam na pessoa tratada e têm efeitos imediatos em casos de hipertensão e tensão muscular, por exemplo. Popularmente isso é conhecido como massagem sonora. A música tem um efeito impressionantemente rápido sobre pessoas que sofrem de obsessão espiritual, viciadas em maconha e outros desequilíbrios de ordem emocional/espiritual. É possível utilizar essa terapia como coadjuvante no tratamento de diversos desequilíbrios, sem dispensar os serviços médicos. Cada coisa no seu lugar. Infelizmente aquelas de origem indiana, japonesa e coreana não têm o mesmo efeito por causa do ordinário metal utilizado em sua fabricação. Terapeuticamente, elas só servem como sinos, nos rituais religiosos ou aulas de Reiki e Yoga. Não compre jamais uma tigela rachada, amassada ou que tenha diferentes metais visíveis (eles aparecem como enfeites). Nas tigelas originais você não ver os metais nem sabe quais os que estão contidos na tigela. Só o som é diferente.
Existem vários estudos comprovando o efeito terapêutico das tigelas cantantes. O resultado varia de acordo com a pessoa tratada, conforme as vibrações individuais, porque cada indivíduo é único, e também tudo isso depende da formação do terapeuta. Elas, como os cristais, precisam de comando apropriado. Um cristal sem comando é como um carro sem motorista. Um cristal parado em cima de um móvel, sem programação, capta e guarda todas as informações do local e podem ser um perigo à saúde das pessoas da casa.
O oncologista e usuário de tigelas cantantes Mitchell L. Gaynor afirma em seu livro ¨Sons que Curam¨, que o Dr. Jeffrey Thompson, professor do Instituto Californiano de Ciências Humanas, ¨empreendeu estudos pioneiros sobre os efeitos físicos das tigelas cantantes¨ e ¨chegou chegou a demonstrar que as tigelas cantantes produzem sons compatíveis em frequência e tons com os sons produzidos pelos anéis de Saturno¨. Há também estudos que comprovam os benefícios da tigelas em tratamentos contra câncer.
Por José Joacir dos Santos
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